Ser somente líder, não. Seja um gestor, por favor!

A utilização errada das termologias “Líder” e “Gestor”, há tempos tem causado confusão nas empresas. É comum se deparar com relatos de pessoas chamadas de líderes mas que, não são reconhecidas como tal. Isso acontece devido a seus comportamentos e ações. São assim chamadas por uma convenção social de quem ocupa uma posição de gestor.

De algum modo, dizer que alguém é líder parece mais glamouroso do que ser Gestor, adequando-se, de maneira rasa, à “moda” organizacional. No entanto, certamente, revela a incoerência de discurso e prática empresarial.

Mas como compreender de maneira correta estes dois conceitos e qual impacto gera nas organizações?

Gestor é uma posição ocupada por alguém dentro de uma estrutura. Para compreendermos melhor ao que se refere uma “posição”, pense em uma estrutura familiar. Nela existem diversas posições: posição de pai, de mãe, de filho, de tio, sobrinho, etc.

Invariavelmente a nomeação de determinadas posições é dada pela própria estrutura. No caso de estruturas organizacionais hierárquicas, existem posições como a de Analista, Gerente, Secretária, Presidente, Diretor, etc. 

Em organizações cuja estrutura foge da hierarquia, facilitador, integrante de círculo, elo principal referem-se a posições específicas desta estrutura. Sendo assim, a posição diz mais sobre o poder concedido à pessoa que a ocupa, do que o papel desempenhado por ela.

Ao ocupar determinada posição, a pessoa compulsoriamente precisa ocupar determinados deveres e responsabilidades. Não ocupar estes deveres e responsabilidades é motivo para sua destituição.

A forma como cada pessoa ocupa esta posição refere-se ao papel desempenhado pela ela.

Trazendo um exemplo prático, vamos imaginar a posição de filho, este pode ocupar a posição com o papel atencioso, obediente, rebelde, estudioso, etc. A definição de cada um destes papéis, faz parte da cultura a qual a pessoa está imersa ou do entendimento construído na relação entre mãe e filho. Por exemplo, o que significa um filho rebelde para você, em um outro país ou mesmo outra família, pode significar algo diferente. 

Muda-se o contexto e a relação o entendimento modifica-se. No caso de uma empresa, a forma como um gestor ocupa esta posição refere-se aos papéis desempenhados por ele na sua relação com a equipe, pares, superiores, clientes, etc.

Líder, portanto, refere-se ao papel desempenhado por alguém que ocupa ou não a posição de gestor. Não é raro identificar líderes que mobilizam e constroem uma visão de futuro poderosa junto a pessoas que não ocupam a posição de gestor. Por outro lado, é comum identificar gestores que estão longe de apresentar tal papel.

Como em sua definição, um papel é possível apresentar-se apenas na relação com uma outra pessoa. Não basta um gestor desempenhar determinadas atividades “descritas como a de líder”, mas a sua equipe não perceber e se sentir mobilizada e inspirada pela visão de futuro gerada. A liderança surge através das relações. Mudam-se as pessoas ou o contexto onde estão imersas, modifica-se a relação e consequentemente  o desempenho do papel de líder.

Percebe-se, no entanto, que algumas organizações passam a exigir o desempenho do papel de líder daquelas pessoas que ocupam posições de gestão. Eis que se apresenta um possível paradoxo organizacional. 

Como saber previamente se alguém será reconhecido pela sua equipe como um líder, dado que a liderança apenas se apresenta em determinadas relações e contextos?

A resposta foge do controle e da certeza, mas invariavelmente quem desenvolveu determinadas competências relacionais, interpessoais e organizacionais terá maior possibilidade de sucesso.

Uma boa dica é o gestor ter clareza das entregas que ele tem na posição e para quem são essas entregas. O grande ponto de desenvolvimento dessas entregas é o constante follow up e feedback com os clientes e parceiros de trabalho. Essa é uma forma de aprimorar as entregas. 

O líder deve manter conversas contínuas com os membros da equipe tanto individualmente como coletivamente, com o objetivo de tornar claras essas necessidades. Muitas dessas necessidades estão nas entrelinhas, elas não são muitas explícitas pelo grupo. Desenvolver essa habilidade de conseguir ler as entrelinhas e poder manifestar explicitamente as necessidades para conseguir alcançar os objetivos é um ponto muito poderoso do papel de liderança. 

Quanto ao papel de  líder frente a equipe é ter clareza quais são as necessidades que a equipe apresenta em termos de relacionamento, eficiência, clareza, autodesenvolvimento, aprendizagem, a equipe está pedindo ou necessitando a qual o exercício da liderança pode entregar essas respostas a essas necessidades. 

Portanto, organizações que desejam ocupar suas posições de gestão com pessoas habilitadas a reconhecerem e influenciarem a dinâmica relacional e interpessoal devem fortemente investir na área de capacitação e desenvolvimento.

Às pessoas que desejam ocupar a posição de gestão, seja por interesse próprio ou porque esta é única forma de crescer na carreira, devem seguir o mesmo caminho, se capacitar e desenvolver.

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